Na segunda metade da década de 90, quando começou a ser disponibilizada comercialmente no Brasil, a Internet era ainda uma tecnologia desconhecida pela imensa maioria da população. Eu trabalhava na área de TI de uma grande multinacional da indústria farmacêutica. Mesmo no mundo corporativo, os recursos de tecnológicos ainda eram escassos e toda a comunicação oficial ainda era feita através de memorandos impressos.
Tivemos a iniciativa, aprovada pela diretoria local, de levarmos os conceitos e cuidados do uso das novas tecnologias trazidas pela Internet a todos os colaboradores. Desde as áreas administrativas até ao pessoal de operações técnicas, funcionários ou terceirizados. Abrangeu também a força de vendas espalhada pelo país. Foram milhares de pessoas alcançadas, que receberam a iniciativa com curiosidade e grande interesse. Talvez, os amigos aqui do Linkedin, jovens há mais tempo, lembrem-se desse trabalho. A imensa maioria da população à época ouvia falar de Internet, mas não tinha ainda a visão de como isso transformaria suas vidas no futuro próximo e a empresa saiu à frente.
Hoje confrontamo-nos com uma nova e imensa transformação: a Inteligência Artificial. Estou certo que as pessoas que leem aqui nesta rede já tem conhecimento sobre o assunto e que, de alguma forma, já fazem uso. Mas, mais uma vez, a imensa maioria da população não conhece os riscos e benefícios que a IA irá proporcionar.
Não tenho mais os recursos que tinha em 1997/98; não atuo mais em uma grande empresa. Por isso, resolvi escrever um livro sobre Inteligência Artificial, usando a mesma estratégia que usei com a Internet. Trata-se de um guia para pessoas com pouca afinidade com o uso da tecnologia e que têm esses recursos na ponta dos dedos.
A ideia surgiu a partir de um estudo publicado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE em junho de 2024. A pesquisa "Truth Quest" mede a capacidade de as pessoas identificarem conteúdo falso e enganoso online em 21 países. O resultado do Brasil é desastroso! Ficamos em último lugar no ranking dessa capacidade, sendo que o primeiro lugar ficou com a Finlândia, que desde 2013 inseriu a matéria "Educação Midiática" na educação formal do ensino básico e médio. Leiam aqui o estudo completo.
Convido a todos a leitura do livro gratuito. Trata-se de uma leitura rápida, que explica de forma didática e acessível como podemos usar a Inteligência Artificial na identificação de notícias falsas, mentiras e disseminação do ódio.
Seria um sonho que as empresas socialmente responsáveis adotassem algum método de educação no assunto para os seus grupos de colaboradores.
Afinal, o combate às fake news é uma responsabilidade de todas as pessoas bem-intencionadas para a construção de um mundo melhor.
Li e recomendo o livro para todos que passarem por aqui. 😉
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